quarta-feira, novembro 29, 2006


É incrível como chega uma hora em que você começa a crescer sem nem perceber...

Ultimamente, parece que tenho me tornado mais adulta, menos hesitante, mais segura das coisas que quero, que devo e que posso fazer...
Claro que crescer não é fácil...

Meu amadurecimento tem sido através de situações adversas, por muitas vezes...

Mas são elas que mais nos ajudam a nos conhecer, a perceber como agimos diante das coisas, das pessoas, da vida...
Espero continuar nesse caminho crescente, e me tornar uma "adulta" [de fato!] legal... =P

Ps: Meninozinho, obrigada por me ajudar nesse processo de crescimento e amadurecimento! I.l.d!!! ;D

sábado, novembro 25, 2006


Vontade de dar um passeio...
Caminhar sem pressa, num lugar bem arborizado e calmo...
Sentir a brisa batendo no meu rosto, respirar calma e profundamente, olhar pra cima e ver os raios de sol se filtrando através dos galhos e folhas das árvores...
Perceber as coisas a minha volta, os passarinhos cantando, o barulho das folhas balançando, o vento, meus passos...
Vontade de dar um passeio...

Ps: Música pra acompanhar meu passeio...





sexta-feira, novembro 24, 2006

I´m only sleeping


When I wake up early in the morning
Lift my head, I'm still yawning

When I'm in the middle of a dream
Stay in bed, float up stream (float up stream)
Please, don't wake me, no, don't shake me

Leave me where I am - I'm only sleeping


Everybody seems to think I'm lazy

I don't mind, I think they're crazy

Running everywhere at such a speed

Till they find there's no need (there's no need)

Please, don't spoil my day,
I'm miles away

And after all
I'm only sleeping


Keeping an eye on the world going by my window
Taking my time

Lying there and staring at the ceiling
Waiting for a sleepy feeling...

Please, don't spoil my day, I'm miles away
And after all
I'm only sleeping


Keeping an eye on the world going by my window

Taking my time


When I wake up early in the morning
Lift my head, I'm still yawning

When I'm in the middle of a dream

Stay in bed, float up stream (float up stream)

Please, don't wake me, no, don't shake me

Leave me where I am - I'm only sleeping


Essa é pros insones que nem eu...=P
Todos aqueles que ficam horas e horas esperando pelo bendito sono, que nunca chega...
E que quando tão dormindo, querem ficar nessa atividade eternamente...=P
E viva a cama!!! \\o//

E aí vai o link da música pra vocês ouvirem! ;D

quarta-feira, novembro 22, 2006

Ou isto ou aquilo


Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual e melhor: se é isto ou aquilo.


E a Cecília Meireles sempre poetizando de forma perfeita sobre os nossos pensamentos, sensações e sentimentos... Qual opção escolher, das muitas que se afiguram à nossa frente? Nunca sabemos o que escolher, como agir, e, principalmente, qual escolha vai ser a melhor... Sempre perdemos alguma coisa ao fazermos escolhas...

terça-feira, novembro 21, 2006


Coisa boa estar viva e poder partilhar de tantas coisas com as pessoas que fazem parte da minha vida, de uma forma ou de outra...
Coisa boa poder sentir o vento no rosto, ver as pessoas indo e vindo, sentir o cheiro e o gosto das coisas, sentir o chão sob meus pés...
Coisa boa poder levantar toda manhã [mesmo morrendo de sono! =P] e saber que Deus me deu a oportunidade de viver mais um dia, mais um dia na história da minha vida...
Coisa boa poder amar e me saber amada pela minha família, pelo meu Meninozinho, pelos meus amigos...

Coisa boa poder sempre recomeçar, mesmo que isso pareça impossível...
Coisa boa ter novas oportunidades...
Coisa boa poder mudar minha opinião, enxergar as coisas com outros olhos, me colocar no lugar das pessoas, conhecer diferentes pontos de vista...

Coisa boa essa nossa vidinha de todo dia... =D

domingo, novembro 19, 2006



E de repente me veio uma paz de novo...
Acho que foi o fato de rir bastante desde sexta feira...
Ri com a história da saia da Jamyle, ri com as outras histórias de família que nós contamos umas pras outras, e quando fui pra sala de aula, tinha tirado uns 10 quilos de preocupação da cabeça...
Ri com minhas primas, com minhas irmãs, com minha mãe...
Ri com meu Meninozinho e com a família dele...
Ri muito...
Acho que por isso agora eu tô me sentindo mais leve, mais calma...
Ainda tô com preocupações, problemas, coisas pra pensar, coisas pra resolver...
Mas tô me sentindo mais tranquila, com menos "peso" pra carregar...
Acho que as pessoas tão mesmo certas quando dizem que "Rir é o melhor remédio..."...

sexta-feira, novembro 17, 2006



"Há pessoas que falam e nem as escutamos,
Há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam,
Mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossa vida
e nos MARCAM PARA SEMPRE."



Espero que eu consiga ser uma pessoa assim pra todas as pessoas que passam pela minha vida...
Pelo menos assim, eu sinto que marquei os outros de alguma forma, que eu fiz a diferença, que eu pude ajudar e apoiar na hora que foi preciso...
É bom saber que somos importantes na vida de alguém, e é bom que você também diga às pessoas o quão importantes elas são pra você! ;D

quarta-feira, novembro 15, 2006



Hoje eu acordei sei lá...
Acho que deve ter sido com o pé esquerdo, como dizem por aí...

E o que eu tava sentindo mais cedo foi crescendo, crescendo, e tomando proporções maiores...

Agora eu continuo sei lá, e isso só tá aumentando...

Sei lá...

terça-feira, novembro 14, 2006

Música! =D


Como a maioria de vcs sabe, eu sou absolutamente apaixonada pela música dos anos 60, especialmente pelos Beatles... Uma vez, eu tava ouvindo um programa de rádio na Universitária FM, que se chama "O Disco da Semana", e o disco escolhido naquela semana era "Pet Sounds", dos Beach Boys.

Evidentemente eu me interessei bastante quando o locutor falou que esse disco tinha influencido os Beatles na produção de um dos discos deles, o "Revolver" (que, por sinal, é um dos meus preferidos! =D). Aí eu, como toda boa fã, fui prestar atenção nas músicas em questão. E descobri um trabalho realmente maravilhoso, num estilo que eu gosto muito.

Ouvir esse álbum é uma experiência única pra quem gosta desse tipo de música... Elas te trazem sensações as mais variadas, desde uma ternura e um amor imensos até muita animação [quando as músicas são mais dançantes... =D]. Dentre todas as músicas, uma me chamou em especial a atenção, quando eu entendi o que dizia a letra, que se casa perfeitamente com a melodia...

É uma bela declaração de amor, de cuidado, de companheirismo, que toca não só o coração dos apaixonados, mas também aqueles que já viveram um grande amor ou que ainda vão experimentar essa sensação...

Com vocês, a música em questão! =D


Don´t Talk (Put Your Head on my Shoulder)

I can hear so much in your sighs
And I can see so much in your eyes
There are words we both could say
But don't talk, put your head on my shoulder

Come close, close your eyes and be still
Don't talk, take my hand and let me hear your heart beat
Being here with you feels so right
We could live forever tonight
Lets not think about tomorrow
And don't talk put your head on my shoulder

Come close, close your eyes and be still
Don't talk, take my hand and listen to my heart beat
Listen, listen, listen.

Don't talk, put your head on my shoulder
Don't talk, close your eyes and be still
Don't talk, put your head on my shoulder
Don't talk, close your eyes and be still
Don't talk, put your head on my shoulder


Quem quiser ouvir a música, o link taí embaixo! ;D

domingo, novembro 12, 2006


"And althought my eyes were wide open
They might just as well be closed..."

Será que eu quero abrir ou fechar os olhos?
Será melhor enfrentar as coisas, mesmo que elas sejam ruins, ou só fechar os olhos pra elas?
Será a verdade mais bonita aos olhos que qualquer outra coi
sa?

sábado, novembro 11, 2006



E eu queria que alguém ouvisse o meu grito...
Meu grito silencioso...

Aquele que ruge aqui dentro de mim, que me sufoca, que me desnorteia, que me machuca, que me angustia...

Mas ninguém ouve...
E a paisagem dentro de mim se torna cada vez mais confusa, mais árida...
Eu queria que alguém me ouvisse e me ajudasse a gritar...

sexta-feira, novembro 10, 2006



As vezes você tem que tomar a decisão que lhe parece menos dolorosa...
Aquela com a qual você vai poder conviver de forma mais leve, mais calma, menos traumática...
Aquela em que as consequências parecem repercutir menos, e você não tem que lidar com um zilhão de coisas que decorrem daquilo...
Mas e se você simplesmente não consegue tomar nenhuma decisão??

quinta-feira, novembro 09, 2006


Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel

Do teu olhar carinhoso

Do teu abraço gostoso

De passear no teu céu


É tão difícil ficar sem você

O teu amor é gostoso demais

Teu cheiro me dá prazer

Quando estou com você
Estou nos braços da paz


Pensamento viaja

E vai buscar meu bem-querer

Não posso ser feliz, assim

Tem do de mim

O que é q eu posso fazer

Mal posso esperar pra que Dezembro chegue e ele esteja de volta nos meus braços...
Temos vivido muita coisa juntos, temos crescido, amdurecido, tido conversas francas e abertas, mesmo à distância...
Mas já tá na hora de matar a saudade do abraço, do carinho, da presença, do afago...
Recarregar a pilha pra suportar o tempo que ainda falta passar...

quarta-feira, novembro 08, 2006


Poxa...
Eu preciso reformular minha noção de tempo...
Tem horas que eu quero que o tempo pare e nunca mais siga em frente, que o que tô vivendo naquele momento dure pra sempre, que não acabe nunca...
E tem outras em que tudo que eu quero é que o tempo passe que nem uma flecha, que passe logo, que eu possa logo saber o que vai acontecer, o que me aguarda na outra esquina...
Será que eu sou maluca, hein? =P

Você gosta de vários diferentes alimentos, mas jamais poderia comer todos eles ao mesmo tempo, ou seria sua última refeição. Você precisa escolher cada prato, separando o essencial do trivial, ou do que apenas parece essencial. Você escolhe e deixa para trás os alimentos que podem ficar para outra refeição.

Isso funciona com tudo. Com todos. Sempre.


Você pode visitar muitos lugares maravilhosos, em suas férias, mas seria impossível visitar todos os lugares do planeta em uma única viagem, ou em toda uma vida, mesmo que você tenha mais dinheiro que Tio Patinhas. Você precisa escolher o que visitar, separando o essencial do trivial, ou do que apenas parece essencial. Você escolhe e deixa para trás os lugares que não sejam parte de seu roteiro de vida.

Isso funciona com tudo. Com todos. Sempre.

Você pode seguir várias carreiras e ser muitas diferentes coisas na vida, mas não há vida para fazer todas as coisas que você é capaz ou deseja fazer. Você se vê forçado a escolher os caminhos possíveis com base no dia-a-dia. É necessário escolher no que você passa 8 horas, separando o essencial do trivial, ou do que apenas parece essencial.

Você precisa fazer escolhas. Você tem que se curvar à realidade de que, para tudo aquilo que levamos para frente, deixamos algo para trás. Não há opção.


Isso funciona com tudo. Com todos. Sempre.


Cada escolha que você faz coloca em curso uma série de engrenagens e roldanas infinitas, muitas delas quase imperceptíveis para você, e para os mais desatentos. Essas roldanas, mesmo quando parecem sem importância, provocam a queda de pequenas peças de dominó na linha da sua vida. Esse efeito dominó será sentido por muitos anos, no futuro. Na verdade, por toda a sua existência.


Você pode amar e ser amado por milhões de pessoas, mas teria que transformar-se em milhões de pessoas diferentes daquilo que você é, ou deseja ser. Você precisa escolher com quem quer partilhar suas alegrias, seus desafios, suas lágrimas e seus sonhos, separando pessoas essenciais das triviais, ou das que apenas parecem essenciais.Você escolhe, e deixa no passado qualquer pessoa que não seja parte desses sonhos.


Isso funciona com tudo. Com todos. Sempre.

Quando a velhice chegar, e você olhar para trás, toda a sua vida poderá ser compreendida pelas escolhas que você fez entre o que levou com você e aquilo que escolheu abandonar.

Porque, para tudo aquilo que levamos para frente, deixamos algo para trás.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Amigos



(Vinicius de Moraes)

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto
dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus
amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não
percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição
me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto
deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que
estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes,
quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho,
porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico
diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

domingo, novembro 05, 2006

Razões do Amor


Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa: "A rosa não tem "porquês". Ela floresce porque floresce."

Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento.

"Eu te amo porque te amo..." - sem razões... "Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo." Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra.

"Amor é estado de graça e com amor não se paga."

Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que "amor com amor se paga". O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo. "Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo..."

Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena...), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que "o coração tem razões que a própria razão desconhece". Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos.

Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: "Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco." O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá?

Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar...

Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor...

Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: "Que é que eu amo quando amo o meu Deus?" Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: "Que é que eu amo quando te amo?" Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, "o que amamos é sempre um símbolo". Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra.

Variações sobre a impossível pergunta:

"Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no seu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios... Como Narciso, fico diante dele... No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura... Por isto te amo, pelos peixes encantados..."(Cecília Meireles)

Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. Escapam.

Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos.

Eu te abraço para abraçar o que me foge. Ao te possuir alegro-me na ilusão de os possuir. Tu és o lugar onde me encontro com esta outra coisa que, por pura graça, sem razões, desceu sobre ti, como o Vento desceu sobre a Virgem Bendita. Mas, por ser graça, sem razões, da mesma forma como desceu poderá de novo partir. Se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo..."

Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa. "O amor começa por uma metáfora", diz Milan Kundera. "Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética."

Temos agora a chave para compreender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder - delicado - da imagem poética que o amante pensou ver no rosto da amada...

sábado, novembro 04, 2006

Crônica do amor



(Arnaldo Jabor)
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo. Nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim.
Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao resto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, ta assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Vamos falar de amor


"O segredo do casamento não é a harmonia eterna.
Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.
O segredo, no fundo, é renovar o casamento!
Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal.
De tempos em tempos, é preciso renovar a relação.
De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.

Há quanto tempo vocês não saem para dançar?

Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial?

Há quanto tempo não fazem uma lua de mel, sem os filhos...

Sem falar nos inúmeros kg que se acrescentaram a você, depois do casamento.
Mulher e marido que se separam perdem 10 kg num único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo?
Faça de conta que você está de caso novo.
Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, o corte de cabelo.
Tudo isso pode ser feito sem que você se separe.
Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou marido por 30 anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com as mesmas piadas.
Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação.
Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.

Não é preciso um divórcio para ter tudo isso.

Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar.

Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos.

Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada.
O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto.
Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria família?
Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando, é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo com o mesmo par!!"

quarta-feira, novembro 01, 2006

Receita de Jovialidade



Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso, altura.
Deixe o médico se preocupar com eles.
Freqüente, de preferência, seus amigos alegres.
Os de baixo astral puxam você para baixo.
Continue aprendendo...
Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixe seu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é oficina do maligno.
E o nome do maligno é Alzheimer.
Curta coisas simples.
Ria sempre, muito e alto.
Ria até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem.
Agüente , sofra e siga em frente.
A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo.
Esteja vivo, enquanto você viver!
Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta:
Família,animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
Seu lar é seu refúgio.
Aproveite sua saúde.
Se for boa, preserve-a.
Se está instável melhore-a.
Se está abaixo desse nível, peça ajuda.
Não faça viagens de remorso.
Viaje para o shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.
Diga a quem você ama, que você realmente ama, em todas as oportunidades.
E lembre-se sempre que:
"A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos
momentos em que você perdeu o fôlego:
De tanto rir...
De surpresa...
De êxtase...
De felicidade "
"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aqueles que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol " .